Medina levanta troféu de Pipe Masters |
Na tarde de ontem (noite aqui no Brasil), 17, Gabriel MedinaPinto Ferreira marcou seu nome na história do esporte brasileiro se tornando o
primeiro atleta a conquistar duas vezes o campeonato mundial de surfe, na
última etapa do circuito, em Pipe Line, no Havaí. Ao derrotar o australiano
Julian Wilson por 18.43 a 16.70 (pontuações dadas por juízes após desempenho
nas ondas, de acordo com executadas), Gabriel também quebrou outra
marca, sendo o segundo brasileiro a vencer a etapa conhecidia como Pipe Masters
– até hoje, Adriano de Souza
(Mineirinho), em 2015, era o único a conseguir o feito.
Em 2014, Medina já havia entrado para a história do surfe se
tornando o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe, derrotando, naquela
ocasião, a maior lenda das ondas, o estadunidense Kelly Slater, dono de nada
menos do que 11 títulos mundiais. Medina coroa, mais uma vez, uma geração de
ouro do surfe brasileiro, apelidada pelos rivais de outros países como Brazilian Storm (tempestade brasileira,
em inglês).
Dos últimos cinco títulos mundiais, o Brasil venceu 3 – dois com
Medina e um com Mineirinho. No mundial deste ano, o Brasil venceu nada menos
que nove das onze etapas do circuito, com um arrasador aproveitamento de 81,8%,
uma verdadeira surra em relação aos principais e tradicionais concorrentes – estadunidenses,
australianos e havaianos.
Contrariando a tendência
Tubos perfeitos garantem título ao Brasil |
Com o título de ontem, Medina contraria a tendência de descenso
do esporte brasileiro no cenário mundial. A falta de maiores investimentosbaixou,
segundo especialistas, o nível até do futebol, muito questionado após o 7 a 1
contra a Alemanha na Copa de2014. Medina mantém o Brasil no topo de um esporte
onde até hoje éramos meros figurantes.
As vitórias brasileiras nas praias pelo mundo são fruto do
esforço individual dos atletas e de suas famílias. Se não houver maior
investimento e divulgação, o futuro do surfe brasileiro pode, por exemplo,
acabar como o tênis, aonde não se aproveitou o surgimento de Gustavo Kuerten no
fim dos anos 90 e início dos anos 2000, não se investiu em evoluir a estrutura
do tênis e acabou retornando à estagnação quanto ao surgimento de novos
talentos capazes de vencer em torneios de Grand Slam.
Paolo Gutiérrez é (meio) jornalista e amante dos esportes.
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