terça-feira, 18 de dezembro de 2018

GABRIEL MEDINA CONTRARIA A TENDÊNCIA DO ESPORTE BRASILEIRO E É BICAMPEÃO MUNDIAL DE SURFE

Medina levanta troféu de Pipe Masters

Na tarde de ontem (noite aqui no Brasil), 17, Gabriel MedinaPinto Ferreira marcou seu nome na história do esporte brasileiro se tornando o primeiro atleta a conquistar duas vezes o campeonato mundial de surfe, na última etapa do circuito, em Pipe Line, no Havaí. Ao derrotar o australiano Julian Wilson por 18.43 a 16.70 (pontuações dadas por juízes após desempenho nas ondas, de acordo com executadas), Gabriel também quebrou outra marca, sendo o segundo brasileiro a vencer a etapa conhecidia como Pipe Masters  – até hoje, Adriano de Souza (Mineirinho), em 2015, era o único a conseguir o feito.
Em 2014, Medina já havia entrado para a história do surfe se tornando o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe, derrotando, naquela ocasião, a maior lenda das ondas, o estadunidense Kelly Slater, dono de nada menos do que 11 títulos mundiais. Medina coroa, mais uma vez, uma geração de ouro do surfe brasileiro, apelidada pelos rivais de outros países como Brazilian Storm (tempestade brasileira, em inglês). 

Dos últimos cinco títulos mundiais, o Brasil venceu 3 – dois com Medina e um com Mineirinho. No mundial deste ano, o Brasil venceu nada menos que nove das onze etapas do circuito, com um arrasador aproveitamento de 81,8%, uma verdadeira surra em relação aos principais e tradicionais concorrentes – estadunidenses, australianos e havaianos.

Contrariando a tendência

Tubos perfeitos garantem título ao Brasil
Com o título de ontem, Medina contraria a tendência de descenso do esporte brasileiro no cenário mundial. A falta de maiores investimentosbaixou, segundo especialistas, o nível até do futebol, muito questionado após o 7 a 1 contra a Alemanha na Copa de2014. Medina mantém o Brasil no topo de um esporte onde até hoje éramos meros figurantes.

As vitórias brasileiras nas praias pelo mundo são fruto do esforço individual dos atletas e de suas famílias. Se não houver maior investimento e divulgação, o futuro do surfe brasileiro pode, por exemplo, acabar como o tênis, aonde não se aproveitou o surgimento de Gustavo Kuerten no fim dos anos 90 e início dos anos 2000, não se investiu em evoluir a estrutura do tênis e acabou retornando à estagnação quanto ao surgimento de novos talentos capazes de vencer em torneios de Grand Slam.
 
Paolo Gutiérrez é (meio) jornalista e amante dos esportes.  

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