segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

CORRIDA DE SÃO SILVESTRE É DOMINADA POR AFRICANOS

Sandrafelis no momento da chegada
Foto: Mister Shadow/ASI/Estadão
Na 94ª Corrida de São Silvestre, realizada anualmente próximo à virada do ano em São Paulo, a grande vencedora foi a queniana Sandrafelis Tuei (tempo de 50 minutos e 2 segundos). Entre os homens, o campeão de 2018 foi o etíope Belahy Besabh (45minutos e 3 segundos). Os pódios foram completados por atletas africanos, com exceção honrosa ao atleta Dawitt Adamsu  do Barein (45minutos e 6 segundos), segundo lugar por apenas 3 segundos. Amdework Tadese completou chegou em terceiro (45m 13s), no masculino.
Pódio Masculino da São Silvestre
Foto: Marcos Ribolli
No feminino, a queniana Pauline Kamulu (50m19s) chegou em segundo, depois de ter liderado a prova durante boa parte do trajeto, e a etíope Mestawut Truneh (52m45s) em terceiro, após uma disputa acirrada com a queniana Esther Kakuri – 4ª colocada com 52m47s. 

Os brasileiros melhor colocados ficaram em 8º - GIovani dos Santos (46m38s) e Jenifer Nascimento Silva (54m05s).
Besabah sendo atendido
Foto: Guilherme Pradella

Vitória cobrou o preço ao campeão

Após a corrida, o vencedor entre os homens, Belahy Besabh, passou mal pouco antes da coletiva de imprensa e teve que ser socorrido com dores no peito. Um eletrocardiograma realizado às pressas ainda na estrutura do evento, na Av Paulista não revelou nada mais sério. O atleta foi encaminhado para a Santa Casa, e permaneceu algum tempo em observação apenas por precaução.
O mal estar foi atribuído ao cansaço da prova. Os 15km de prova em 45 minutos e 3 segundos, cobraram seu preço ao final do evento, mas o corredor, felizmente, passa bem.



Paolo Gutiérrez é jornalista e comentariste de futebol e MMA.

Fonte: Globo.com, Portal IG e Wikipédia.  

sábado, 29 de dezembro de 2018

UFC 232 trouxe o retorno de Jon Jones ao cinturão e o nocaute impressionante de Amanda Nunes!


Jones comemora vitória no UFC 232
Foto: Site Globo.com




A noite de MMA no canal combate trouxe um UFC232 com ares de marca histórica. E conseguiu entregar um bom espetáculo hoje a maior organização do esporte das lutas mistas. Na segunda luta mais importante da noite, Amanda Nunes chocou o mundo da luta ao nocautear aquela que era considerada até hoje maior lutadora do planeta, Cris Cyborg, no primeiro round da luta. Cyborg foi para a troca franca com Amanda e começou a sofrer com os contra ataques da baiana. Após bambear por 3 vezes, os socos rápidos da desafiante levaram Cyborg ao chão sem chance de defesa, obrigando o árbitro a interromper a luta. 

Agora, Amanda é a nova campeã do peso pena feminino, acumulando dois cinturões - já era campeã do peso galo - sendo a primeira lutadora da história a conseguir conquistar dois cinturões na principal organização de MMA do planeta. 

Amanda faz história no UFC232
Foto:Facebook UFC
Na luta principal da noite, Jon Jones despachou Alexander Gustafsson com um nocaute técnico, depois de conseguir ganhar as costas do adversário no chão e desferir golpes contra a parte lateral da cabeça, obrigando o juiz a encerrar a luta para preservar a integridade física de Gustafsson. Com isso, o americano volta a vencer, conquista o cinturão dos meio pesados mais uma vez, continuando sua trajetória como um dos melhores lutadores de todos os tempos.

Outro resultado impressionante da noite foi Ryan Hall com uma finalização acrobática derrotando a lenda do octagon, BJ Penn. Grandes combates para fechar com chave de ouro os trabalhos do MMA mundial em 2018. 

Paolo Gutiérrez é jornalista e comentarista de futebol e MMA.     

Confira todos os resultados do UFC232

CARD PRINCIPAL
Jon Jones venceu Alexander Gustafsson por nocaute técnico aos 2m02s do R3
Amanda Nunes venceu Cris Cyborg por nocaute aos 51s do R1
Michael Chiesa venceu Carlos Condit por finalização aos 56s do R2
Corey Anderson venceu Ilir Latifi por decisão unânime (triplo 29-28)
Alex Volkanovski venceu Chad Mendes por nocaute técnico aos 4m14s do R2
 

CARD PRELIMINAR
Walt Harris venceu Andrei Arlovski por decisão dividida (27-30, 29-28 e 29-28)
Megan Anderson venceu Cat Zingano por nocaute técnico a 1m01s do R1
Petr Yan venceu Douglas D'Silva por nocaute técnico aos 5m do R2 (desistência)
Ryan Hall venceu B.J. Penn por finalização a 2m46s do R1
Nathaniel Wood venceu Andre Ewell por finalização aos 4m12s do R3
Uriah Hall venceu Bevon Lewis por nocaute a 1m32s do R3
Curtis Millender venceu Siyar Bahadurzada por decisão unânime (29-28, 29-28 e 30-27)
Montel Jackson venceu Brian Kelleher por finalização a 1m40s do R1


Fonte: Globo.com

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

CORTE DE VERBAS PARA O ESPORTE FARÁ O BRASIL PASSAR DIFICULDADES NAS OLIMPÍADAS 2020

Nesta última sexta, 28, foi divulgado pelo portal Terra o comunicado do Diário Oficial da União, no qual o Governo Federal anuncia o corte de verbas destinadas ao patrocínio de atletas de diversas modalidades no país. O programa Bolsa Atleta, que chegou a contemplar 6.667 atletas em 2014, agora beneficiará apenas 3.058 esportistas em 2019. Em 2018, eram 5.830 os beneficiados, o que representa uma queda de 47,55%. O valor destinado a esta ação era de R$ 79,3 milhões, agora será de R$ 53,6 milhões – queda de 32%.

O anúncio é um duro golpe para as pretensões do país nas Olimpíadas de Tokyo, a serem realizadas no Japão em 2020. Na última edição dos jogos, aqui no Rio de Janeiro, em 2016, o Brasil conquistou 19 medalhas, sendo 7 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze. Esse número deve cair nos jogos seguintes, assim como o desempenho do esporte em geral no grande circuito das competições mundiais.

Aposta arriscada do governo 

O Rei da Bahia FC não comenta política, mas é necessário ver a atual tendência que chega ao poder para entender a lógica na atitude do governo (neste momento em transição) perante a questão. Nos Estados Unidos da América (EUA), país que será o grande parâmetro do Brasil nos próximos anos, o esporte segue o modelo do estado mínimo. Isso mesmo, o grande vencedor em todas as Olimpíadas da era moderna não usa – pelo menos não oficialmente – um único centavo do governo para financiar atletas.
Simone Bails, ginasta dos EUA
Foto: Dylan Martinez / Reuters
Por lá, a gestão do esporte abriu um fundo de investimento chamado de Team América, que capta recursos oriundos de doações particulares, licenciamento e venda de produtos, marketing e direitos de imagem. Com isso, na última Olimpíada aqui no Rio de Janeiro, em 2016, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos investiu cerca de R$ 475 milhões – 148 milhões de dólares, na cotação daquele ano.

Além disso, no esporte estadunidense, diversas empresas associam suas marcas a atletas de sucesso, lucrando milhões com esta modalidade de negócio. Dessa forma, os atletas mantêm um nível de esforço muito alto para se manterem competitivos, já que essas empresas só se interessam pelos vencedores efetivos – trocando em miúdos, os “perdedores” ficam de fora das fatias mais generosas dos recursos disponibilizados por empresas em contratos individuais.

Dá certo para os Estados Unidos, sempre vencendo no quadro geral medalhas em relação às demais potências – a grande exceção foi a Olimpíada de 2008, no qual a China superou os EUA nas medalhas de ouro, 51 contra 36, mas, ainda assim, no número total de medalhas os estadunidenses tiveram 110 contra 100 dos chineses. Em comparação com o Brasil (Aff!) Até hoje, os EUA ganharam 1000 medalhas de ouro contra apenas 30 do Brasil, contando desde a primeira Olimpíada da era moderna, em 1899.

Essa redução do Bolsa Atleta anunciada esta semana por nosso governo, pode ser já uma ação de transição visando adotar o modelo da maior potência do continente americano. Se for isso mesmo, a aposta é altamente arriscada para o esporte brasileiro. Nos EUA a cultura do esporte é muito forte. As escolas incentivam e investem nos atletas, tanto nos níveis fundamentais como nos superiores (universidades), oferecendo bolsas de estudos para alunos que seguem a vida de atletas.
Cesar Cielo em Pequim 2008
Foto: Site Oficial Cesar Cielo
E os empresários têm outra mentalidade com relação a investimentos. Por lá, as empresas, amparadas por uma economia relativamente pujante, são ávidas por investir em grandes atletas, o que gera um fluxo constante – e abundante – para os competidores de alto rendimento e de grandes resultados. Por aqui, um nadador como César Cielo, último grande campeão da nossa natação, com medalha de ouro nos 50 metros nado livre em 2008, chegou a ficar sem patrocínio nenhum em anos seguintes, mesmo sendo um atleta com gigante potencial de marketing e de retorno financeiro.
Conclusão: por aqui, nossos atletas dependem do dinheiro do governo para conseguir bons resultados. Diminuir o investimento vai prejudicar o desempenho do esporte brasileiro a olhos vistos.
Paolo Gutiérrez é jornalista e comentarista de futebol e MMA.  

Fontes: Portal Terra, Site Ovale, Site Ilisp.org, Site Cesar Cielo.com e Wikipédia.    

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

EUROPA REGISTRA MAIS UM “SUPER CASO” DE RACISMO NO FUTEBOL


Kalidou (dir.) indignado com o racismo
Mais um vergonhoso caso de racismo se soma à história do futebol mundial. Na tarde de ontem, 26, pela 18ª rodada do Campeonato Italiano, na vitória da Internazionale por  1 a 0 sobre o Napoli, no estádio San Siro, em Milão, o time da casa comemorou os 3 pontos valiosos para a tabela de classificação, porém cânticos racistas e imitações de macaco dirigidas ao zagueiro do time visitante, Kalidou Koulibaly, por grande parte da torcida presente ao estádio roubaram a cena.
Como os insultos racistas foram proferidos desde o início do duelo, o técnico do Napoli, Carlo Ancelotti, pediu (por três vezes) ao juiz da partida, Paolo Mazzoneli, que suspendesse o jogo, e, como não foi atendido, o zagueiro vítima do ato racista aplaudiu ironicamente o árbitro, que o expulsou por volta do 35 minutos do segundo tempo.
Até o presente momento, não houve notificações em toda a imprensa esportiva a respeito de punições ao time da casa ou sobre identificação dos envolvidos, com posteriores medidas cabíveis.

Triste rotina do racismo no futebol 

Infelizmente, todos os anos nos deparamos com acontecimentos como esse no futebol. Os casos mais contundentes vêm da Europa, mas acontece no mundo todo, inclusive no Brasil. O caso mais marcante em anos recentes foi em 2014, no dia 3 de setembro, no jogo Grêmio e Santos, na Arena Grêmio, em partida válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil daquele ano. No jogo da volta (o Santos havia vencido por 2 a 0 no primeiro jogo uma semana atrás), goleiro do Santos, Mário Lúcio Duarte Costa, conhecido pelo apelido de ‘Aranha’, foi chamado por parte da torcida do Grêmio de “macaco”.
Patrícia (esq.) xingando Aranha

Torcedores gritavam enquanto imitavam um gorila. Na época as imagens flagraram claramente uma das torcedoras, Patrícia Moreira, gritando o xingamento racista para o goleiro. A torcedora não chegou a sofrer grandes punições pela injúria racial, que no Brasil é crime previsto em lei, mas passou a ser hostilizada nas ruas e nos ambientes que frequentava, tendo que apagar seus perfis em redes sociais e desaparecer por um tempo até os ânimos contra ela se acalmarem.

Alguns dos demais torcedores que ofenderam Aranha foram identificados e indiciados, junto com Patrícia. E o Grêmio foi excluído da competição, possibilitando ao Santos avançar às quartas naquela ocasião.

Está na hora de mudar a estratégia contra o racismo? 

Segundo a jornalista e Doutora em Educação, Marcilene Forechi, em texto divulgado no site Observatório da Imprensa, “ao apresentar determinados aspectos da realidade, sob a forma de notícias, o jornalismo constrói novas realidades e novos referentes”. Seguindo essa vertente, um caso muito citado em cursos de jornalismo é o da onda de violência contra idosos, nos EUA, em determinada época do século passado. Resumindo a história, casos desse tipo ganharam destaque na imprensa nacional daquele país. Logo os meios de comunicação estavam todos atentos a novos episódios desse tipo e os noticiavam com avidez, de maneira que a sociedade passou a olhar os fatos sob o rótulos de uma ‘onda de crimes contra idosos’. Quando um jornalista tentou levantar os dados estatísticos para fundamentar uma das muitas matérias que figuraram nos jornais da época, ele constatou uma surpresa: os crimes desse tipo entre um ano e outro, na verdade, haviam diminuído. A ‘onda’ tinha sido, na verdade, criada pela imprensa.

Claro que nenhuma mentira foi dita pelos meios nos casos citados – e geralmente está tudo certo. Mas, logo que um caso como esse surge, os jornalistas esportivos correm para seus notebooks e demais suportes de escrita para noticiar mais um “super” caso de racismo no futebol. A polêmica rende indignação, discussão, ampla repercussão (se não eu não estaria me desdobrando para escrever o presente texto que vos brindo), e, claro, audiência e mais dinheiro dos patrocinadores.

Mas, tendo em vista a responsabilidade social do jornalismo, essa maneira de divulgar os eventos não estaria servindo de palco para os torcedores racistas? Em vez de colaborar para diminuir os casos, não estaria servindo de uma espécie de espelho de narciso, e, portanto, até estimulando os atos racistas no futebol. Não estriamos dando a atenção que o Bugu do Bidu, lá nos quadrinhos de Maurício de Sousa (sim estou ficando velho, desnecessário será alguém me lembrar disso), tanto se esforça para ter e deixar o anonimato?

Daniel ainda mastigava ao cobrar escanteio
Vou mais fundo ainda. No campeonato Espanhol da temporada 2013/2014,no estádio El Madrigal, 27 de abril, pela 35ª rodada, o Villa Real perdeu por 3 a 2 de virada para o Barcelona. No segundo tempo, quando o lateral direito brasileiro, Daniel Alves, foi cobrar um escanteio, aos 30 minutos do segundo tempo, um torcedor jogou uma banana para ele que caiu no gramado. Daniel, com a maior naturalidade do mundo, mudou a trajetória de sua caminhada se agachou e pegou a banana do chão, a descascou e a comeu tranquilamente antes de cobrar o escanteio.

O gesto ganhou as manchetes de toda a imprensa esportiva (e não esportiva também) em todo o mundo, sendo interpretado como um tapa na cara do racismo por parte do brasileiro. O torcedor foi identificado como um dos funcionários do clube, foi demitido e banido de frequentar o estádio, para sempre. Então pergunto, não era hora também das vítimas mudarem a estratégia de reação perante o racismo? Não seria melhor devolver com uns “tapas na cara” no estilo de Daniel Alves?

Porque veja bem, a torcida da Internazionale neste caso com que abrimos esta matéria-artigo, queria desestabilizar emocionalmente o zagueiro do Napoli e contribuir com a vitória de seu time em campo. E deu certo! O zagueiro Kalidou Koulibaly foi expulso por ironizar o juiz aos 35 do segundo tempo, e o gol da vitória da Inter saiu aos 46 minutos do segundo tempo, com Lautaro Martinez. Se o zagueiro tivesse permanecido em campo, não poderia, de repente, ter impedido o gol e a derrota de seu time?
São questões que o Rei da Bahia FC deixa em aberto para discussão. 

Promovamos uma evolução de nossos cérebros refletindo sobre isso tudo (por favor!).

Paolo Gutiérrez é (3/4 de) jornalista e comentarista de futebol e MMA. 

Fontes: Site Bol/Uol, Globo.com, Site Resultados.com, Esporte.ig, Site Uol Esporte, Site UFRG NECCSO, Site Observatório da Imprensa e Site Mônica.wikia   

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

PALMEIRAS PRESENTEIA MENINO CEGO E SE TORNA CAMPEÃO TAMBÉM FORA DE CAMPO

Deyverson presenteando Nickollas
Nove de setembro de 2018. A equipe da Tv Globo, sempre ávida por histórias emocionantes do tipo cortar o coração e fazer o público chorar cascatas de lágrimas, flagra Silvia Grecco e seu filho, Nickollas Grecco, no estádio do Palmeiras, o Alianz Parque, assistindo ao jogo do time do coração, o Palmeiras, contra seu maior rival, o Corinthians, válido pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo foi 1 a 0 para o Palmeiras, que ganharia ali mais força ainda para rumar ao seu décimo título da história. Tanta rivalidade beirando ódio em campo e uma bela história de amor acontecia nas arquibancadas. Amor ao futebol e amor entre humanos. A mãe narrava o jogo para seu filho de 11 anos, deficiente visual desde o nascimento.

As imagens percorreram o mundo, e ai o Palmeiras teve a chance de ganhar mais um título a partir daquele dia. Ontem, 25, o atacante Deyverson, um dos artilheiros do clube alvi-verde na temporada, foi escalado para um jogo importante, o da solidariedade. Através do polêmico astro dos gramados, o clube presenteou o garoto com um óculos que transforma imagens em um áudio descritivo, ajudando o menino a perceber melhor mundo que o cerca. Dessa maneira, campeão dentro de campo e fora dele também, o Palmeiras estende a mão a um ilustre torcedor mirim e dá um exemplo para uma sociedade farta em intolerância e violências de todos os tipos.

Que esse episódio possa nos fazer refletir nossa vida e mostrar que a mudança não virá da corrompida política, recheada de gananciosos tomando para suas fortunas pessoais o dinheiro que deveria facilitar a vida de meninos como Nickollas, e tantos outros que sofrem desde o nascimento com fome, sede e abandono total. A mudança só poderá vir de nós mesmos.

Paolo Gutiérrez é (3/4 de) jornalista, comentarista de futebol e MMA.

Fontes: Site Bol-Uol, Site Uol, Wikipédia, Globo.com

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

ATLETA TRANS REACENDE DISCUSSÃO DO IMPACTO DA TROCA DE GÊNERO NO ESPORTE FEMININO


Jogadora de handebol Hanna Mouncey
O mundial de Handebol de 2019 já reacendeu uma polêmica que ganhou os noticiários esportivos nos últimos anos. Nesta última temporada, a jogadora australiana Hannah Mouncey, nascido homem (Callum Mouncey) e tendo iniciado sua transição para um corpo de mulher em 2015, foi autorizada pela Federação Internacional de Handebol (IHF) a disputar campeonatos oficiais pela modalidade feminina. Ela ajudou a sua seleção a conquistar o quinto lugar no campeonato asiático deste ano, o que garantiu ao time de mulheres da Austrália uma vaga no próximo mundial, podendo até se encontrar com o Brasil, dependendo do andar da competição.

A inclusão da jogadora com certeza vai dar o que falar, especialmente se ela tiver algum desempenho identificado como ‘excelente’ – pior ainda se for considerado acima da média. Principalmente pelo fato de, como já destacamos, a discussão ter precedentes.

Critérios em evolução 

Primeiro, em 2015, o Comitê Olímpico Internacional (COI), autorizou a participação de atletas trans nas modalidades femininas, impondo, claro, condições para tal. Inicialmente, a atleta oriunda do sexo masculino deveria já ter realizado a cirurgia de mudança de sexo e deveria ter pelo menos dois anos desde realizada a transição hormonal. Em 2016, o COI relaxou os critérios e deixou de exigir a cirurgia, sendo que a atleta poderia participar do esporte feminino tendo apenas um ano de mudança no regime hormonal. Neste quesito, a convenção para permitir a atleta trans a participar das competições oficiais é que seu sangue deve ter uma concentração de testosterona (hormônio masculino também presente em organismos femininos, em quantidades baixas) deve ser inferior a 10 nmol por litro de sangue (nmol/L).

Só para se ter uma vaga idéia de senso comum dessa medida, um mol é a quantidade de entidades microscópicas de constituição da matéria (átomos, moléculas, íons ou elétrons) que cabem em 0,012 kg de carbono ionizado positivamente em 12. Calculado, isso equivale a 6,022 quantidades microscópicas multiplicadas por 10 elevado à 23ª potência (6,022 × 1023). Essas unidades foram convencionadas assim para ser possível ao ser humano calcular essas quantidades em um nível micro, já que esse número aí equivale a sextilhões de quantidades. Um nanomol é esse número dividido por 1 bilhão.

Jogadora de vôlei do Brasil causa polêmica mundial 

Então, o segundo precedente a gerar polêmica mundialmente falando é aqui do Brasil (“pusta” orgulho pra “nóis”, hein!). A jogadora de vôlei, Tifanny Abreu, nascida Rodrigo Pereira de Abreu, foi a primeira jogadora trans a disputar a Superliga Feminina de Vôlei do Brasil (pelo Bauru, de São Paulo), autorizada pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) em 2017 . Se uma atleta trans tem que ter menos 10 nmol de
Tiffany, durante treino pelo Bauru
moléculas de testosterona por litro de sangue, Tiffany é constantemente testada e está na média de 0,2 nmol/L – menos de 10 vezes abaixo do que a quantidade permitida e inferior ao que uma mulher adulta possui em média, que é de 0,5 a 3 nmol/L.

Mesmo estando em quantidades muito baixas de testosterona – hormônio que lhe daria dimensões musculares aumentadas – o bom desempenho de Tifanny fez com que jogadoras e clubes do Brasil questionassem sua participação no esporte feminino. Seu ótimo rendimento poderia ser fruto de já ter disputado entre 2008 e 2014, torneios masculinos, tendo desenvolvido desempenho pulmonar superior ao que atletas mulheres desde o nascimento conseguem; além de estrutura muscular e óssea.

Por outro lado, as mesmas jogadoras que reclamam não querem vê-la excluída do esporte, devido a todo o esforço que ela fez na vida para poder se tornar uma atleta – enfrentou uma infância pobre em Goiânia e, no vôlei, todo um histórico de depressões e discriminações.

O que pensa o Rei da Bahia FC 

É necessário entender nesta polêmica que a questão de gênero puramente não pode ser o centro das discussões. Pessoas transsexuais são seres humanos que nasceram com um sexo mas cujo cérebro só se reconhece no sexo oposto. Não é uma doença. É uma condição biológica, psicológica e social que se constitui em um fenômeno comum na espécie.

Por isso, o Rei da Bahia FC pensa que essas atletas devem sim ter a oportunidade de disputar o esporte feminino, mas elas devem ser observadas cientificamente ao longo de suas trajetórias e comparadas em desenvoltura com as atletas que são mulheres desde o nascimento. A observar se essas esportistas têm vantagem biológica comprovada sim ou não.

Se não, sua inclusão deve ser garantida por direito. Caso haja vantagens das esportistas trans sejam comprovadas objetivamente, deve se estudar como a inclusão dessas atletas será feita, de modo que elas estejam em condição biológica de igualdade com as demais competidoras. O fato de terem mudado de sexo na vida, pura e simplesmente, não pode ser o critério.

E você leitor? O que acha da polêmica? Poste o que você pensa nos comentários desta postagem. O Rei da Bahia FC quer ouvir o que você pensa!

Paolo Gutiérrez é (3/4 de)  jornalista, amante dos esportes e comentarista de futebol e MMA.

Fontes: sites Globo.com, UOL Esporte, Wikipédia, Portal de Química SOQ, Yahoo Respostas e Site Exame de Sangue.    

Leia também: Atacante de 33 anos marca história como primeira atleta trans do futebol espanhol.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

UFC 232 MUDA DE LOCAL POR CAUSA DE ANTIDOPING DE JON JONES


Jones "move montanhas" no UFC
Existem atletas que significam tanto para um esporte que são capazes de mover montanhas na modalidade quando algo lhes acontece. No caso de Jon Jones, foi mais do que isso. O presidente do Ultimate Fighting Championship (UFC), Dana White, informou em entrevista ao canal ESPN na noite de ontem (23) que o UFC232, que estava marcado para acontecer em Las Vegas no próximo sábado (29) foi mudado para Los Angeles (LA), no The Forum, em Inglewood.

O motivo é que a principal estrela da noite, o lutador estadunidense Jon Jones, foi flagrado em exame antidoping com uma substância – metabólito “turinabol” – que a Comissão Atlética de Nevada, estado onde iria acontecer o UFC232, considera proibida, não concedendo-lhe a licença para lutar. Como a Comissão Atlética da Califórnia não considera a substância da maior gravidade para o atleta, se dispôs a conceder a licença, forçando a organização do UFC a mudar o evento para LA. (Clique aqui para conferir mais detalhes sobre o caso do antidoping de Jones)

Como noticiado no Rei da Bahia FC, Jones enfrenta o sueco Alexander Gustafsson, pelos meio pesados, em uma espécie de revanche. Em 2013, os dois se enfrentaram pelo cinturão da categoria, com vitória do estadunidense por pontos, após uma batalha feroz dos dois no octagon. Desta vez, não vale cinturão, mas vale oportunidade para voltar ao topo da categoria e conseguir uma chance de disputá-lo novamente.

Aonde quer que aconteça, o UFC232 causará um impacto de mover montanhas. Já está causando, na verdade.

Paolo Gutiérrez é jornalista e comentarista de futebol e MMA.

Confira o card completo do UFC 232
29 de dezembro de 2018, em Las Vegas (EUA)

CARD PRINCIPAL (1h, horário de Brasília, já no dia 30):

Peso-meio-pesado: Jon Jones x Alexander Gustafsson
Peso-pena: Cris Cyborg x Amanda Nunes
Peso-meio-médio: Carlos Condit x Michael Chiesa
Peso-meio-pesado: Ilir Latifi x Corey Anderson
Peso-pena: Chad Mendes x Alex Volkanovski

CARD PRELIMINAR (21h30, horário de Brasília, ainda no dia 29):

Peso-pesado: Andrei Arlovski x Walt Harris
Peso-pena: Cat Zingano x Megan Anderson
Peso-galo: Douglas D'Silva x Petr Yan
Peso-leve: B.J. Penn x Ryan Hall
Peso-galo: Nathaniel Wood x Andre Ewell
Peso-médio: Uriah Hall x Bevon Lewis
Peso-meio-médio: Curtis Millender x Siyar Bahadurzada
Peso-galo: Montel Jackson x Brian Kelleher  

domingo, 23 de dezembro de 2018

DICA DA SEMANA



Com o fim de ano, o grande circuito do esporte começa a entrar em recesso na maioria das modalidades, mas tem gente lutando duro pra trabalhar em plena época de festas natalinas e de réveillon.  Literalmente falando. Na noite entre do dia 29 para 30 agora, o Ultimate Fighting Championship (UFC) em sua edição oficial de número 232, traz, direto de Las Vegas (EUA), à 1h de Brasília (meia noite na Bahia) dois duelos dignos da chave de ouro para encerrar o 2018 das artes marciais mistas (MMA, em inglês).

Primeiro,  a curitibana Cristiane Justino, mais conhecida como Crys Ciborg, encara a baiana de Pojuca, Amanda Nunes, e em disputa estará o cinturão da categoria até 66 kg, peso pena feminino – em posse da curitibana. Amanda é campeã do peso-galo feminino (até 61Kg) e quer unificar sob seu domínio as duas categorias, o que lhe renderia uma marca histórica e inédita na carreira. Crys Ciborg dispensa qualquer apresentação, sendo considerada por muitos especialistas como uma das maiores lutadoras de todos os tempos – senão a maior.

Na sequência, outros dois gigantes do MMA agitam os fãs da pancadaria. Jon ‘Bones’ Jones e Alexander Gustafsson fazem, pelos meio pesados (até 93 kg), a revanche da memorável luta entre os dois em 21 de setembro de 2013, quando disputaram o cinturão da categoria. Jones levou a melhor e continuou sua trajetória como recordista do UFC. O sueco teve altos e baixos, mas conseguiu retomar a regularidade e volta a pleitear o topo dos meio pesados e uma nova chance para o cinturão.

As categorias envolvidas são peso pena, peso-galo, meio pesados, mas a Dica da Semana do Rei da Bahia FC é peso pesado! Vale a pena demais assistir à esses confrontos!

Paolo Gutiérrez é jornalista e comentarista de futebol e MMA.

Confira o card completo do UFC 232
29 de dezembro de 2018, em Las Vegas (EUA)

CARD PRINCIPAL (1h, horário de Brasília, já no dia 30):

Peso-meio-pesado: Jon Jones x Alexander Gustafsson
Peso-pena: Cris Cyborg x Amanda Nunes
Peso-meio-médio: Carlos Condit x Michael Chiesa
Peso-meio-pesado: Ilir Latifi x Corey Anderson
Peso-pena: Chad Mendes x Alex Volkanovski

CARD PRELIMINAR (21h30, horário de Brasília, ainda no dia 29):

Peso-pesado: Andrei Arlovski x Walt Harris
Peso-pena: Cat Zingano x Megan Anderson
Peso-galo: Douglas D'Silva x Petr Yan
Peso-leve: B.J. Penn x Ryan Hall
Peso-galo: Nathaniel Wood x Andre Ewell
Peso-médio: Uriah Hall x Bevon Lewis
Peso-meio-médio: Curtis Millender x Siyar Bahadurzada
Peso-galo: Montel Jackson x Brian Kelleher