quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

ATHLÉTICO PARANAENSE LEVA O BRASIL À CONQUISTA DA SULA 2018

Athlético Paranaense levanta sua 1ª taça interncional

Sabe aquela história de usar eufemismos para falar das necessidades fisiológicas básicas que fazemos no banheiro? Pois é! Ontem (12) o Athlético Paranense fez um número 2 na Arena da Baixada, em Curitiba, diante do Júnior Barranquilla da Colômbia e se sagrou, nos pênaltis, campeão da Copa Sul-americana de 2018 – apelidada carinhosamente de “Sula”. Pablo abriu o placar aos 26 minutos do primeiro tempo após roubada de bola de Pereira no ataque, que acionou Rafael Veiga, que, por sua vez, acertou um passe preciso deixando o centro-avante atleticano na cara do gol na entrada da área. Pablo bateu no canto direito do goleiro Viera, que ainda tocou na bola mas não conseguiu evitar que as redes do Jr Barranquilla balançassem.
A decisão ganhou contornos de drama quando, aos 12 minutos do segundo tempo, Barrera cobrou escanteio pela esquerda do ataque colombiano em direção ao centro da grande área athleticana e Jefferson deu uma casquinha para o cabeceio de Teo Gutierrez livre na entrada da pequena área empatar a partida. A partir daí, o time colombiano assumiu o controle do jogo e desperdiçou várias oportunidades na cara do gol. A defesa do Athlético perdeu a concentração e se enrolou em vários lances.
 
Por um triz!

Com o fim do jogo em 1 a 1, a partida foi para a prorrogação com o Athlético dando sinais de cansaço e fraqueza na partida. Seu principal atacante e autor do gol, Pablo, mancava e permanecia em campo no sacrifício. O drama aumentou quando logo aos 3 minutos do primeiro tempo da prorrogação Teo Gutiérrez acertou um lindo passe para Gonzalez sair na cara do goleiro Santos, do Athlético, pela direita da pequena área. O atacante colombiano driblou Santos, que foi obrigado a derrubá-lo para impedir o gol. Pênalti para o Júnior Barranquilla! Se fizessem o gol, os colombianos dificilmente perderiam, já que o Athlético se arrastava em campo e pouco ameaçava no ataque.

Barreira, o número 10, destaque do Júnior Barranquilla na partida, principal articulador do time, correu para a bola, bateu no alto do canto direito do goleiro Santos, que já tinha pulado para o lado contrário, sem chance de defesa e a bola vai... pra fooooooraaaa! A torcida comemorou como um gol. Olhos aguados e preces atendidas no mar rubro-negro curitibano.  A partir daí, terminava o drama grego Athleticano e começava a novela colombina. Barrera ficou tão abalado, que precisou ser substituído. Aos prantos, o jovem meia era o retrato do sentimento que tomou conta do Júnior Barranquilla a partir daí; a sensação de que o título escorregava por entre os dedos depois de chegar tão perto.

Nos pênaltis, Narvais converteu deslocando Santos o primeiro do Júnior. Jonathan empatou para o Athlético logo na sequência com cobrança segura. Fuentes correu para bola, deslocou Santos e acertou a trave esquerda do goleiro Athleticano, desperdiçando a segunda cobrança do Júnior Barranquilla e explodindo a Arena da Baixada. Um dos principais nomes do Athlético, Rafael Veiga corre para bola e converte sua penalidade, deixando o clube brasileiro na frente. Perez, por sua vez converte para os colombianos, mantendo os visitantes com chances. Bergson também confirma sua cobrança mantendo a vantagem do time da casa na disputa. Foi quando o astro do Barranquilla, centroavante matador, autor do gol de empate, Teo Gutiérrez foi para a bola e... por cima do gol! Renan Lodi poderia ter acabado com tudo, mas também perdeu, porém o Atlhético tinha ainda um gol de vantagem. O goleiro Vieira conseguiu superar Santos e empatou as cobranças, dando esperança aos colombianos. Mas Thiago Heleno acabou com o sonho do Junior Barranquilla convertendo com força e precisão a última e derradeira cobrança do Athlético Paranaense decretando por 4 a 3 nas penalidades a vitória do time brasileiro.

Dois iniciantes e um único vencedor

Era a primeira final do time colombiano em competições internacionais. Era a segunda do Athlético (em 2005 fez a final da Libertadores com o São Paulo, que acabaria se sagrando campeão daquele ano), que não desperdiçou a oportunidade e entrou para a lista dos times campeões da Sul-americana. O primeiro título internacional da história do Athlético premia um clube que trabalha para ter estrutura de time europeu em plena América do Sul, continente que vive crise crônica em seu futebol. O time tem centro de treinamento de dar inveja até a vários gigantes do Brasil e do continente. A Arena da Baixada é o único estádio do país com teto retrátil, possibilitando a realização de jogos nos dias de chuva intensa. Este ano, por exemplo, o primeiro jogo entre Boca Júniors e River Plate pela decisão da Libertadores, no estádio La Bombonera, teve que ser adiado para o dia seguinte porque as fortes chuvas do dia deixaram o gramado inviável para a partida. Se fosse o Atlhético nessa final, isso não tinha acontecido.

O título de ontem abriu chance do “Furacão” Paranaense conquistar mais duas competições internacionais, a Recopa Sul-americana, que será disputada no ano que vem com o atual campeão da Libertadores (o River Plate da Argentina), e a Copa Suruga, no Japão, contra o time vencedor da Liga Japonesa. Ontem o Athlético garantiu R$ 17 milhões como prêmio pelo título da Sula-americana. Mesmo que perca nas outras duas competições para as quais se classificou com o título de ontem, já tem assegurado mais R$ 8 milhões em premiações.

O mais europeu dos brasileiros agora tem o desafio que só os gigantes do futebol enfrentam, chegar ao nível de vencer em uma competição intercontinental. Para isso, terá que vencer uma Libertadores e chegar a um mundial de clubes. Mas isso não importa agora. Remodelando o ditado, vamos deixar pro amanhã o que não podemos fazer hoje.

O que importa agora é que, ontem, o Athlético Paranense fez o número 2 para se tornar o número um da “Sula”.

Paolo Gutiérrez é (meio) jornalista e amante do futebol.

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