quarta-feira, 31 de julho de 2013

Boletim Gracie Barra Conquista - A filosofia da finalização



Apesar do esporte conhecido como MMA, que significa "Mistura de Artes Marciais" em inglês, ter popularizado alguns estilos de luta individuais, como é o caso do Jiu-jitsu (Arte Suave), poucos ainda conhecem a parte filosófica dos esportes de combate. Para os lutadores de Jiu-jitsu ainda é perceptível o preconceito com a arte que praticam. Muitos acham, inclusive, que se trata de um estilo violentíssimo e que seus praticantes são uma espécie de "delinquentes", "brutamontes" com alguma espécie de gosto pela brutalidade selvagem.

Exemplo de guarda fechada
É justamente o contrário! O Jiu-jitsu é um estilo de luta onde não há golpes de impacto (chutes, joelhadas, socos, etc.). Trata-se de uma arte de combate agarrada, assim como o Judô. Seu terreno é basicamente o chão, trabalhando técnicas de imobilização e chaves para pressionar as articulações e o pescoço. O objetivo nunca é machucar o oponente, e sim fazê-lo chegar em uma posição, através dessa técnicas, aonde seja obrigado a reconhecer sua derrota, verbalmente ou dando três tapinhas em qualquer superfície ao seu alcance. Quando isto acontece, dizemos que a luta acabou por "finalização".

Durante a luta, que pode começar em pé (geralmente nas competições) ou ajoelhado (no dia a dia do treino), um dos dois lutadores irá ficar sentado ou deitado por baixo, fazendo guarda (mantendo o oponente dentro do arco de suas pernas) e o outro, que joga por cima, tentará superar a guarda do adversário. Se ele conseguir, após imobilizar seu oponente dizemos que ele estabilizou a posição e que conseguiu "passar a guarda" do adversário.

A 'Montada' é uma posição de guarda passada
Quem joga por baixo está em posição de atacar com finalizações enquanto tiver o oponente dentro de sua guarda. Quem joga por cima, precisa passar a guarda para poder finalizar, embora haja um conjunto de chaves de pé e joelho que permite a quem está por cima finalizar mesmo sem estar de guarda passada. Só que até a luta chegar a esses finalmentes, há todo um duelo cerebral entre os lutadores. Uma espécie de xadrez aonde as peças são o corpo, o fôlego (chamado de 'gás' pelos praticantes), a força e as técnicas. Geralmente, perde o lutador que não conseguiu mais 'pensar a luta' e vence quem 'impõe seu jogo'. Quem consegue ser e se manter mais inteligente por mais tempo, fará sua técnica fluir, submeterá o adversário, gastará menos energia e terá maiores chances de chegar ao "xeque-mate" da "partida", por assim dizer.

Finalização por chave de braço
Quando um lutador aplica uma chave no adversário, seja um estrangulamento ou uma pressão nas articulações dos braços e das pernas, cabe ao lutador que está na posição ruim entender seu limite e comunicar ao adversário que ele não pode mais continuar. Assim, o lutador derrotado tem testada a sua humildade e sabedoria em reconhecer que, naquela oportunidade, seu oponente foi superior e que precisa aceitar a sua derrota.

No MMA, a finalização é o único meio de vencer a luta antes do término do tempo sem que um lutador machuque o outro. Por vezes, é para quem está perdendo a única chance de virar o jogo. É uma janela de esperança para o mais fraco perante o mais forte. É por esse motivo que muitas mulheres têm se interessado por aprender o Jiu-jitsu. E elas estão aos poucos tomando conta também dos octógonos (ringues) de MMA. No último sábado dia 27, por exemplo, a paranaense Jéssica Andrade fez história ao se tornar a primeira brasileira a lutar no UFC, principal evento de MMA do mundo. Ela quase finalizou sua oponente, a americana Liz Carmouche, com uma guilhotina (estrangulamento). A americana resistiu e conseguiu nocautear a brasileira no segundo round, mas a tentativa de finalização sem dúvida foi o golpe mais técnico e menos violento aplicado durante a luta. Enquanto a americana precisou machucar sua adversária para vencer, a brasileira teria conseguido o mesmo fim sem a necessidade de maltratar a companheira de profissão.

Isso é a finalização: o golpe mais eficiente que pode existir no conceito das artes marciais, em todos os sentidos que se possa imaginar.

Paolo Gutiérrez é jornalista e comentarista de futebol e MMA.





Leia também:

Lutador Lyoto Machida concede entrevista e diz que "a torcida Brasileira mudou o UFC".

Campeão do UFC, José Aldo fala sobre seu próximo adversário no octógono.           

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terça-feira, 30 de julho de 2013

Barcelona é o time "top" na era "pop"

Neymar, o maior símbolo da era 'pop' do Bracelona
Na linguagem uma letra pode fazer toda a diferença no sentido que queremos aplicar em nossa comunicação. O Barcelona, por exemplo, mudou um pouco a classificação da imagem de seu time perante o público. De time "top" no cenário dos gramados no mundo (ainda não deixou de ser, apesar das baixas que sofreu na última temporada) passou para time "pop" star dos noticiários mundo afora. O atual campeão espanhol, continua sendo uma equipe incrível dentro dos gramados, mas a fase está mais para desfile fashion - com o importante reforço de Neymar nessa área -, revista de fofoca, trama de novela e seriado "teen" com final feliz. No caso de Neymar (maior atacante da seleção brasileira, adquirido pelo clube espanhol recentemente junto ao Santos E QUE FAZ SUA ESTREIA HOJE (até as 17h50) EM AMISTOSO DO BARCELONA CONTRA O LECHIA GDANSK DA POLÔNIA!) o time catalão só falta figurar também como programa de dicas de saúde.

Sim, porque do jeito que a imprensa vai atrás de cada passo do camisa 10 da seleção, com a avidez do showrnalismo esportivo (me permita o editor da revista Caros Amigos, José Arbex Jr, usar para este aspecto da vida midiática uma expressão que dá nome a uma das obras mais conhecidas no meio acadêmico do jornalismo) típico, logo logo o programa matutino da Globo, o Bem Estar, vai fazer uma edição sobre o tamanho das fezes de Neymar, ressaltando a importância da ingerência de fibras no dia a dia para um defecar mais saudável. Seguindo esta lógica, o laxante lácteo Activia pode fazer uma propaganda com o Mega-star... quer dizer, com o craque ex-santista, dizendo que o normal é se sentir bem e que se não tomasse o iogurte se sentiria inchado e não poderia fazer gols em homenagem ao seu amor, a atriz Bruna Marquezine.

E por falar nesta beldade, as publicações dos diversos meios de comunicação fazem a relação dela com o craque fashion parecer um conto de fadas adolescente em pleno gozo de seu final feliz após o fim da Copa das Confederações e a transferência para o Barcelona. Sério, ficou parecendo final de temporada de Malhação, o carinha magrinho playboy tendo sucesso na vida e a namorada novinha que muitos marmanjos gostariam de ter, mas terão que se contentar com babar nos atributos da "donzela" da próxima temporada. Assim sendo, o vilão da trama poderia ser o zagueiro da seleção espanhola Piqué, que deu um 'ultra kick' na canela de Neymar, sendo expulso na sequência (como diríamos para o vilão com voz infantil, 'que coisa feia!'). Assim, de acordo com as fofocas de mulheres que assistiam às partidas da Copa das Confederações próximas a mim, Shakyra e seus cabelos de bruxa andavam desfilando risadas maléficas durante as partidas da Fúria na competição.

Esse veneno não incomoda a cantora, namorada de Piqué, haja vista que ela está acostumada a coisa bem pior, como os tabloides exibindo a torto e a direito seu amado mui macho trocando carícias com o atacante sueco Ibraimovic (clique aqui e confira), na época que este também integrava o elenco do Barça. Isso só não parece mais novela da 21h (talvez lembrando o personagem Félix, de "Amor à Vida") do que a atual situação do melhor do mundo, o argentino Lionel Messi. Ele mesmo, vencedor até no jogo de 'bafo' com as figurinhas do campeonato espanhol, foi fotografado supostamente traindo a mulher (clique aqui e confira o babado... quer dizer, a notícia).

Que coisa! Vamos esperar a bola rolar para valer nas competições europeias, que é onde o Barcelona sabe fazer bonito de verdade. Por enquanto, está 9 a 0 para o atual campeão europeu, o Bayern de Munique da Alemanha, somando os placares dos três últimos jogos entre os dois times - 4 a 0 e 3 a 0 pela semifinal        da Liga dos Campeões da Uefa, além de 2 a 0 pelo amistoso realizado no último dia 24, no estádio Alianz Arena, em Munique.

Paolo Gutiérrez é jornalista e comentarista de futebol e MMA.   



Clique aqui e confira também os convocados de Felipão para o amistoso da Seleção Brasileira com a Suíça, dia 14 de agosto, na Basiléia!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Brasileirão 2013 - Comentário da 9ª Rodada



Tudo muito romântico nesta 9ª rodada do Brasileirão 2013. O Atleticozão (confesso que me senti tentado a usar o 'u' ali depois do 'c', mas achei que podia ser desrespeitoso) carimbou a faixa de Campeão das Américas em grande estilo: caiu de 4 diante do rival Cruzeiro e mostrou que realmente o espírito de conquistador baixou no time. O de Napoleão Bonaparte, certamente, se lembrarmos a posição em que o famoso general francês perdeu a guerra, mesmo após grandes conquistas.

Já o 'Curintia' pareceu aquele cara que tinha tudo para "agarrar" a mina, toda a chance para ir com tudo, mas ficou tímido na hora H e não saiu do zero a zero. Faltou melhores táticas de ataque, faltou mais ousadia em determinados momentos. Tudo igual àquele cara que sai com toda a oportunidade de "brocar", como dizem na capital da Bahia, mas voltou chupando o dedo do pontinho miúdo que ganhou. O São Paulo agradeceu por não abrir as pernas mais uma vez.

Já o Botafogo ama de paixão roxa o Flamengo. É comum a estrela solitária fazer jus ao nome e ficar sozinha, na saudade, em duelos com o rubro-negro. Estava para conseguir seu amor com uma gratificante vitória em cima do rival, mas amargou o empate. Já o Flamengo parece o cara que foi na festa, não ficou com ninguém mas comemorou esse empate como se tivesse ficado com a gata do evento. E casado que está com seus resultados abaixo do esperado, parece fazer o papel da boa noiva que na união civil muda o nome (de "Flamengo" para "Domingo", pois esta mais perto das segunda).

Já o Bahia na desgruda do Vitória na tabela. Um sempre atrás do outro, com o detalhe que promoveram um troca-troca de posições. Tão bonitinho de ver os dois assim tão unidos, eles que como casal andam sempre brigados um com o outro. O Vitória conseguiu um empate com o Coritiba, que andava namorando a liderança do campeonato, mas esta já anda com outros pretendentes mais atirados, por assim dizer. O Bahia surpreende e na gíria do adolescente assanhado anda "pegando geral", conseguindo excelentes resultados na competição, batendo o Goiás, que postado exatamente no meio da tabela, ainda não definiu para que lado corta.

Para o Santos, a Ponte para a felicidade ficou preta e o romance da torcida e da mídia com a revelação Neílton adiou o capítulo feliz para a próxima rodada (quem sabe). O Náutico, que parece de namoro firme com a segundona, surpreendeu quase goleando o Internacional, que agora nesta rodada deixou o buquê de flores coloradas que ia usar para conquistar a liderança para o próprio caixão. E o Grêmio reatou com a vitória, tentando uma nova lua de mel (mesmo sem nenhuma viagem de Barcos") com a torcida, e no Fluminense a glória se divorciou mesmo do time, fazendo com que o técnico Abel tomasse uma Braga, como se diz em Salvador.

De resto, Vascozão (de novo me deu vontade de usar o "u" depois do "c", mas deixa para lá) segue sua relação firme e eterna com Juninho Pernambucano, com mais uma vitória com gol de falta. Mas quem anda com falta de carinho da sorte é a Portuguesa, tendo noites ardentes com a derrota e quase casada com a lanterna. Enfim, seja na parte de cima da tabela, ou na parte de baixo, o brasileirão deste ano está bacana(l).

Paolo Gutiérrez é jornalista e comentarista de futebol e MMA.

Resultados 9ª rodada do Brasileirão 2013

Vasco 3 X 2 Criciúma
Portuguesa 2 X 3 Atlético PR
Ponte Preta 1 X 0 Santos
Corinthians 0 X 0 São Paulo
Grêmio 2 X 0 Fluminense
Náutico 3 X 0 Internacional
Cruzeiro 4 X 1 Atlético MG
Flamengo 1 X 1 Botafogo
Bahia 2 X 1 Goiás
Coritiba 1 X 1 Vitória

Clique aqui e confira a classificação do Brasileirão! 

sábado, 27 de julho de 2013

Brasileira faz história no UFC!

Jéssica Andrade, primeira brasileira a lutar no UFC
Pouco menos de 20 anos depois de Royce Gracie conquistar o primeiro torneio da história do UFC, o Brasil enfim terá uma representante também entre as mulheres dentro do octógono pela primeira vez neste sábado, 27. A paranaense Jéssica Andrade será a primeira brasileira a lutar num evento da organização, e logo no card principal do UFC: Johnson x Moraga, em Seattle. Sua primeira adversária é outra pioneira do MMA: a americana Liz Carmouche, literalmente a primeira mulher a entrar no octógono do Ultimate para lutar, em fevereiro passado, quando encarou a campeã inaugural do Bantamweight feminino (peso-galo, até 61,2Kg), Ronda Rousey, e perdeu num dos melhores combates do ano. A luta principal do evento terá o primeiro campeão Flyweight (peso-mosca, até 56,7 Kg) da companhia, Demetrious Johnson, colocando seu cinturão em jogo contra John Moraga.


A baiana Amanda Nunes foi a primeira brasileira a ser anunciada entre as contratadas do UFC para formar sua nova divisão dos pesos-galos femininos, mas Jéssica Andrade acabou tomando sua frente para estrear no torneio quando a adversária original de Carmouche, Miesha Tate, foi deslocada para enfrentar Rousey em sua próxima defesa de título.


A luta entre Jéssica e Carmouche será a segunda das duas lutas femininas do evento. A primeira será no card preliminar, entre a americana Julie Kedzie e a holandesa Germaine de Randamie, também pelo Bantamweight feminino.

A americana Liz Carmouche
O canal Combate transmite o torneio ao vivo e na íntegra, com exclusividade, a partir de 16h45m (horário de Brasília), neste sábado. O Combate.com acompanha tudo em Tempo Real e exibe, em vídeo ao vivo, a primeira luta do card preliminar: John Albert x Yaotzin Meza, pelos pesos-galos.


Clique aqui e confira o card do UFC Johnson x Moraga!

Fonte: Notícia editada do site Globo.com


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Corrigir injustiça com o Vasco sim, mas vamos devagar com o doce, Palmeiras

Em formato de Grande Ave, o troféu "esquecido" do Vasco pelo título de 1948

Esses dias vi um link no facebook listando o ranking das conquistas internacionais de times brasileiros. Tudo ia bem na leitura até que cheguei na altura do décimo colocado em uma lista de 12. Quando vi os títulos internacionais do Vsco... opaaaaaaaaa! (como diria o narrador do Sportv, Milton Leite). Constavam as conquistas da Libertadores 98 e da Mercosul 2000. Faltou uma que é muito antiga, mas foi reconhecida pela Confederação Sulaemericana de Fuebol (Conmebol). Sim! Em 1948, segundo o site Globoesporte.com, o Vasco foi o primeiro time brasileiro a ganhar uma competição no interior, incluindo até a seleção brasileira (como diria o vilão GLBTT da novela da Globo, "Hummm, que chique!). Trata-se do Campeonato Sulamericano de Clubes Campeões, que foi disputado no Chile, tendo como organizador o principal clube daquele país, o Colo Colo, muito conhecido da torcida brasileira aqui.

Na competição disputaram ainda o Nacional (por ter sido campeão uruguaio em 1947), o Emelec (classificado graças aos títulos de Guayaquil de 1946 e 1948, principal competição do Equador naquele período), El Litoral (campeão do Torneio La Paz, principal campeonato da Bolívia na época) e o Municipal (que era o atual vice-campeão do Peru). O  Vasco ganhou o direito de representar o Brasil por ter sido campeão carioca invicto em 1947. Fechando a lista, nenhum time menos que o River Plate da Argentina, atual campeão nacional de seu país à época e que era conhecido como "A Máquina". Tinha como principal jogador o legendário Alfredo Di Stéfano, que mais tarde se tornaria o até hoje maior jogador da história do Real Madrid, da Espanha (equipe maior vencedora da Europa em todos os tempos!)

O caminho do Vasco teve os jogos contra o Litoral (BOL), vencendo por 2 a 1; contra o Nacional (URU), goleando por 4 a 1; Contra o Municipal (PER), derrotando fácil por 4 a 0; contra o Emeleq (EQU), vencendo por vitória simples de 1 a 0; e empatando os dois últimos jogos contra o dono da casa, Colo Colo (CHI), por 1 a 1, e com "A Máquina", por 0 a 0. Todos os jogos foram disputados na capital do Chile, Santiago, no estádio Nacional. A disputa da competição era por pontos corridos em turno único, sendo que quem somasse mais pontos ao final seria o campeão.

Pô, uma conquista inédita como essas, ainda de forma invicta, já reconhecida pela Conmebol desde 1996, considerada pela própria entidade (e, com toda certeza por qualquer especialista de futebol que estudar o assunto) como o embrião da Taça Libertadores da América, não poderia passar despercebida dessa forma da equipe do UOL Esportes em seu Ranking Torneios Internacionais dos Times Brasileiros. Se o leitor for lá, perceberá que a simples inclusão do título já faria com que o Vasco ocupasse sozinho a nona colocação, deixando para trás o Palmeiras, com sua Mercosul em 1998 e sua Libertadores em 1999. Mas enganos acontecem.

E por falar em Palmeiras, devo dizer que depois de tudo o que aqui coloquei, é preciso ir devagar com o doce. Não é porque o título do Vasco em 1948 representou o embrião da Libertadores que os vascaínos agora podem dizer que tem outra Libertadores. Sim porque recentemente, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) validou como Campeonato Brasileiro os títulos da Taça Brasil e do Torneio Gomes Pedrosa (conhecido como Taça de Prata) que agora vai virar festa. Atitude que para mim foi equivocada, porque se esses torneios aconteceram antes de 1971, antes do primeiro Brasileirão, essa unificação dos tútulos significou uma descontinuidade, no mínimo, esquisita para tudo o que conhecíamos sobre a disputa nacional do futebol brasileiro até acontecer. Como é possível alguém ser campeão de uma competição que nem sequer existia? Mas tudo bem, descontado isso, a CBF homenageou Pelé com essa unificação, e nisso acertou.

Copa Rio, conquistada pelo Palmeiras em 1951
Mas em cima da lógica, o Ranking de Torneios Internacionais da UOL Esportes acertou em deixar de fora a Copa Rio de 1951 contando como "Mundial de Clubes". Assim, como jornalista, gostaria muito de um dia ver o site do Palmeiras parar de gerar desinformação para sua torcida, abrindo a página de títulos conquistados pelo clube dizendo que a equipe tem um "Mundial Interclubes" em sua galeria de troféus. A Copa Rio de 51 foi o embrião da origem das Confederações que representam os continentes futebolísticos do planeta, foi o embrião do início dos torneios continentais (Libertadores, Liga dos Campeões da UEFA, etc), foi o embrião dos torneios Intercontinentais (considerados mundiais pelas torcidas e pela imprensa até hoje) e foi embrião da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, realizada desde o ano 2000. Mas não é "Mundial de Clubes"! Ou então, fala que o Vasco é bicampeão da Libertadores também! E o Corinthians tricampeão do mundo por causa da Pequena Taça do Mundo em 1953, e por aí vai a bagunça.              

Paolo Gutiérrez é jornalista e comentarista de futebol e MMA.

Fontes: Sites Wikipédia, GloboEsporte.com, site oficial do Palmeiras, site UOL esporte (via link facebook)   

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Atlético MG vence a Libertadores e tem desafio duro no mundial de dezembro

Réver e Ronaldinho Gaúcho (sem camisa) comemoram título inédito do Galo 
O Atlético Mineiro foi o décimo time brasileiro a vencer a Taça Libertadores da América, disputada desde 1961. Agora o Brasil soma 17 títulos, diminuindo a diferença para a Argentina, que é o país mais vezes campeão do torneio, com 22 conquistas. A conquista da Libertadores de 2013 pelo Galo confirma uma era de domínio do futebol brasileiro na América do Sul nesta década, com 4 títulos desde 2010; Internacional, Santos, Corinthians e Atlético foram os últimos times a levantar a Taça.

Se levarmos em conta que o São Paulo é o campeão da última edição da Copa Sulamericana (segundo maior torneio do continente) e o Corinthians é o atual campeão da Recopa Sualemricana (tira-teima entre os campeões da Libertadores e da Sulamericana da temporada anterior, que geralmente rende ao vencedor a liderança do ranking da Conmebol na temporada atual), percebemos um início de hegemonia das equipes brasileiras nas competições internacionais mais importantes de toda a América.

Conseguirão reagir os times argentinos - em especial os maiores vencedores: Independiente (7) Boca Júniors (6) e Estudiantes (4)? Só o tempo dirá, mas a atual fase dos times por aqui aponta que, pelo menos a próxima edição terá os brasileiros novamente como favoritos, salvo qualquer mudança que a Confederação Sulamericana de Futebol (Conmebol) faça para mudar esse quadro fora de campo - a entidade chegou a cogitar recentemente a participação de apenas um ou dois times por país, e ainda pode haver modificações por conta da reclamação dos clubes brasileiros, insatisfeitos com arbitragem, critérios para punição dos clubes e premiações.

O Atlético MG, atual campeão do continente, sofrido e merecido, tem agora o Mundial de Clubes da FIFA pela frente, a ser disputado no Marrocos, entre os dias 11 e 21 dezembro. Se conseguir passar pelas semifinais (e tem tudo para isso), muito provavelmente terá o poderoso Bayern de Munquie da Alemanha, equipe que venceu todas as competições que disputou na temporada e que é apontada como a melhor do mundo atualmente.

Assim como o Corinthians em 2012, o Galo tem sobre suas costas o peso de defender a América do Sul da hegemonia europeia no mundial de clubes. Nas 6 últimas edições, o vencedor da Liga dos Campeões só não venceu no ano passado, quando o Corinthians venceu o Chelsea da Inglaterra por 1 a 0. É difícil mas não é impossível! A única certeza que temos, por enquanto, é que em dezembro poderemos ter mais um grande jogo para marcar a história do futebol mundial. Valerá a pena conferir!

Paolo Gutiérrez é jornalista e comentarista de futebol e MMA.   

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Galo tenta honrar futebol brasileiro em Libertadores 'duvidosa'

Hoje à noite, às 21h50 (hora de Brasília) o Atlético Mineiro tenta conquistar pela primeira vez em sua história centenária a Taça Libertadores da América. Precisa derrotar por 3 gols de diferença o tradicional Olímpia do Paraguai. Se vencer por dois gols de vantagem, a partida será decidida em prorrogação, e, se persistir a igualdade, nos (sofridíssimos) pênaltis. Mais do que a glória própria, o Atlético tenta manter a honra do futebol brasileiro numa edição do maior torneio da América do Sul em que ficou um clima de 'anti-Brasil' no ar. Erros de arbitragem, punições aos clubes do país pentacampeão do mundo e postura branda da Conmebol com excessos cometidos nas partidas deixaram uma imagem 'duvidosa', no mínimo, da Libertadores 2013.

Fora o Corinthians, que foi desclassificado nas oitavas de final pelo Boca Júniors da Argentina em uma partida marcada por quarto lances polêmicos desfavoráveis ao time paulista, o jogo de volta da semifinal aonde o árbitro prejudicou o próprio Atlético deixando de marcar um pênalti contra o Newell's Old Boys, lances polêmicos no jogo de ida das oitavas do Palmeiras contra o Tijuana do México, etc., podemos citar ainda o prejuízo que houve contra o Fluminense na partida de volta das quartas de final contra o finalista de hoje, o Olímpia.

Durante o jogo, o Fluminense abriu o placar e tomou a virada ainda no primeiro tempo, em partida realizada no estádio Defensores del Chaco, em Assunção no Paraguai. Depois que o time da casa conseguiu o placar que precisava para se classificar diante do clube carioca, os gandulas sumiram com as bolas de campo. Cada lateral, escanteio ou tiro de meta demorava uma eternidade para ser cobrado. Fora isso, o Olímpia aplicou a velha retranca paraguaia, parando o jogo toda hora com faltas na intermediária de seu campo defensivo ou no meio de campo. Com a falta de fluidez na partida, o Fluminense não conseguiu evoluir para trabalhar o gol que lhe daria a classificação.

Aí ficou a pergunta, por que a Conmebol foi tão eficaz ao punir o Corinthians no episódio em que um torcedor morreu em Oruro por culpa de um fogo de artifício vindo da torcida brasileira, na Bolívia, na partida do time paulista com o San José, ainda pela fase de grupos (torcedores corintianos foram proibidos de ir às partidas fora de casa, sendo que em uma das partidas jogando em casa, o Corinthians teve portões fechados) e não puniu o Olímpia pelo jogo contra o Fluminense? Tudo bem, não morreu ninguém no Defensores del Chaco, mas a chance do tricolor carioca chegar mais longe no torneio foi assassinada de maneira nada legítima.

Qual o problema com os clubes brasileiros? Estão com medo do país do futebol monopolizar a competição? Perderam a paciência de ver o Brasil derrotado em campo e precisam fazê-lo do lado de fora? Essas perguntas pairam não só nos clubes daqui (poderia parecer choro de perdedor, ou algo assim). Todos os especialistas em futebol que acompanharam a competição, os amantes do futebol que assistiram às partidas ou acompanharam o desfecho das mesmas ficaram com essa sensação. Por isso digo, hoje seria maravilhoso para o futebol brasileiro sair campeão da Libertadores 2013, para mostrar que o bom futebol, o futebol verdadeiramente campeão, não tem artimanha (proposital ou não) que o impeça de vencer.

Paolo Gutiérrez, jornalista e comentarista de futebol e MMA.  

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Campeonato Brasileiro 2013 - Comentário da Rodada





Os times do Rio de Janeiro vivem um momento delicado em suas histórias. Nesta 8ª rodada do Brasileirão 2013, acompanhei o jogo Internacional e Flamengo, partida realizada no estádio Centenário, em Caxias do Sul. A temperatura do jogo pareceu seguir o frio que fazia na cidade gaúcha, com chances de gol poucas, apesar de que a partida estava equilibrado positivamente. O Flamengo chegou a ameaçar abrir o placar em algumas oportunidades, mas o Inter foi quem teve as melhores chances, com dois gols perdidos debaixo da trave (do tipo "Inacreditááááável Futebol Clube"). Quando o jogo estava já quase no apagar das luzes, com acréscimos em andamento e o forte cheiro de um melancólico 0 a 0 cada vez mais forte (um perfume para os rivais), Juan aproveita uma sobra na área e marca de cabeça o único gol do jogo. O curioso é que o zagueiro não comemorou o gol do Inter em respeito ao Flamengo, que foi o clube que o projetou para o futebol mundial. Juan parecia até triste por ter que impor ao time do coração uma derrota como aquela. Um jogador que declara esse amor pelo Flamengo bem poderia estar usando sua eficiência a favor do rubro-negro carioca, mas as penhoras da Gávea não permitem ao time nada além do modesto plantel que possui hoje. Em termos menos formais... ah! que se dane essa porcaria de "politicamente correto"! Em termos da sacanagem que dá toda a graça ao futebol entre os torcedores, podemos dizer que o Fla está cheio de carniça em campo, mas o Urubú está longe de estar de barriga cheia (risos).

No jogo das 18h30, o Vasco (que nem vice mais está conseguindo ser ultimamente) impôs uma derrota maiúscula de 3 a 1 ao Fluminense, com uma mãozinha de Fred... ou melhor, uma cotovelada do principal atacante tricolor e da seleção na cara do oponente vascaíno, deixando a Cruz de Malta em vantagem numérica desde os 24 minutos do primeiro tempo. O Vasco chegou a fazer 2 a 0 e, com um jogador a mais, tinha tudo para tomar conta do jogo com tranquilidade. Nada! O Flu fez um gol e começou a botar pressão no Vasco, que desestabilizou-se e por pouco não tomou o empate. O Fluminense pareceu aquele aluno que toma bomba no colégio, a mãe dá um puxão de orelha e aí o moleque se esforça na recuperação e tal. Mas acaba reprovado do mesmo jeito. Nota zero para um time com o investimento do tamanho do mundo e desempenho de time miúdo. Já o Vasco, que chegou a ter uma síndrome de time pequeno quando sofreu o primeiro gol, pode ter um gasto a mais com Juninho Pernambucano em campo, porque apesar dele acrescentar qualidade à saída e distribuição de bola, talvez o time tenha despesas com alguma bengala para ele ou algo assim (pô, é brincadeira um time com os títulos que o Vasco tem depender até hoje de um jogador cujo auge vestindo sua camisa foi entre os anos 1997 e 2000!!!!).

Já o nosso queridíssimo futebol baiano, bem, o Bahia evoluiu uma barbaridade! Deixou de tomar placares com 5 ou 7 gols contra para não tomar nenhum gol diante do seu carrasc... quer dizer, do Vitória (risos). Seria um ótimo motivo para comemorar, não fosse pelo fato de não ter feito nenhum gol. Neste 0 a 0, tudo bem que o mando de campo era do rubro-negro baiano, mas o Leão continua absoluto na nova Fonte Nova. Se times de futebol fossem lojas, daria para dizer que essa arena padrão Fifa está uma verdadeira filial do estádio Manuel Barradas, conhecido mais como Barradão, o lixão lá onde o Vitória manda seus jogos - esta última informação insalubre é segundo declarações super-imparciais da torcida do Bahia, devo esclarecer (risos). Aliás, apesar do empate, a partida mostrou que o Bahia precisa aprender a se impor sobre o rival. Afinal, o freguês tem sempre a razão e os seus direitos estão garantidos pela defesa do consumidor (gargalhadas). Mas independente de qualquer gozação, os maiores times do futebol baiano estão até bem na tabela de classificação, grudadinhos um atrás do outro (que romântico!), em 5º a equipe lojista e em 6º a equipe consumidora, bem próximos ao G4, com 14 e 13 pontos respectivamente. Tomara para o sofredor... quer dizer, para o torcedor (risos) das duas equipes que seus times não mudem suas práticas esportivas de 'futebol' para 'natação' novamente, nadando, nadando e morrendo na praia, no final das contas.    

Paolo Gutiérrez, jornalista e comentarista de futebol e MMA