quarta-feira, 24 de julho de 2013

Galo tenta honrar futebol brasileiro em Libertadores 'duvidosa'

Hoje à noite, às 21h50 (hora de Brasília) o Atlético Mineiro tenta conquistar pela primeira vez em sua história centenária a Taça Libertadores da América. Precisa derrotar por 3 gols de diferença o tradicional Olímpia do Paraguai. Se vencer por dois gols de vantagem, a partida será decidida em prorrogação, e, se persistir a igualdade, nos (sofridíssimos) pênaltis. Mais do que a glória própria, o Atlético tenta manter a honra do futebol brasileiro numa edição do maior torneio da América do Sul em que ficou um clima de 'anti-Brasil' no ar. Erros de arbitragem, punições aos clubes do país pentacampeão do mundo e postura branda da Conmebol com excessos cometidos nas partidas deixaram uma imagem 'duvidosa', no mínimo, da Libertadores 2013.

Fora o Corinthians, que foi desclassificado nas oitavas de final pelo Boca Júniors da Argentina em uma partida marcada por quarto lances polêmicos desfavoráveis ao time paulista, o jogo de volta da semifinal aonde o árbitro prejudicou o próprio Atlético deixando de marcar um pênalti contra o Newell's Old Boys, lances polêmicos no jogo de ida das oitavas do Palmeiras contra o Tijuana do México, etc., podemos citar ainda o prejuízo que houve contra o Fluminense na partida de volta das quartas de final contra o finalista de hoje, o Olímpia.

Durante o jogo, o Fluminense abriu o placar e tomou a virada ainda no primeiro tempo, em partida realizada no estádio Defensores del Chaco, em Assunção no Paraguai. Depois que o time da casa conseguiu o placar que precisava para se classificar diante do clube carioca, os gandulas sumiram com as bolas de campo. Cada lateral, escanteio ou tiro de meta demorava uma eternidade para ser cobrado. Fora isso, o Olímpia aplicou a velha retranca paraguaia, parando o jogo toda hora com faltas na intermediária de seu campo defensivo ou no meio de campo. Com a falta de fluidez na partida, o Fluminense não conseguiu evoluir para trabalhar o gol que lhe daria a classificação.

Aí ficou a pergunta, por que a Conmebol foi tão eficaz ao punir o Corinthians no episódio em que um torcedor morreu em Oruro por culpa de um fogo de artifício vindo da torcida brasileira, na Bolívia, na partida do time paulista com o San José, ainda pela fase de grupos (torcedores corintianos foram proibidos de ir às partidas fora de casa, sendo que em uma das partidas jogando em casa, o Corinthians teve portões fechados) e não puniu o Olímpia pelo jogo contra o Fluminense? Tudo bem, não morreu ninguém no Defensores del Chaco, mas a chance do tricolor carioca chegar mais longe no torneio foi assassinada de maneira nada legítima.

Qual o problema com os clubes brasileiros? Estão com medo do país do futebol monopolizar a competição? Perderam a paciência de ver o Brasil derrotado em campo e precisam fazê-lo do lado de fora? Essas perguntas pairam não só nos clubes daqui (poderia parecer choro de perdedor, ou algo assim). Todos os especialistas em futebol que acompanharam a competição, os amantes do futebol que assistiram às partidas ou acompanharam o desfecho das mesmas ficaram com essa sensação. Por isso digo, hoje seria maravilhoso para o futebol brasileiro sair campeão da Libertadores 2013, para mostrar que o bom futebol, o futebol verdadeiramente campeão, não tem artimanha (proposital ou não) que o impeça de vencer.

Paolo Gutiérrez, jornalista e comentarista de futebol e MMA.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário