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| Pepe reclamando que Neymar estava jogando futebol |
No amistoso de ontem entre as seleções principais de futebol masculino (é bom lembrar, já que existe o feminino também) de Brasil e Portugal, jogado na cidade de Foxborough (EUA), deu gosto de ver a vitória do jogo bonito sobre a grosseria típica do lado bruto do futebol-força europeu. Teve até cotovelada na cara e pisão do jogador lusitano Bruno Alves em Neymar e Bernard, respectivamente. A luso-brutalidade foi acompanhada também de doses violentas de catimbas verbais do cavalo... quer dizer, do zagueiro Pepe dirigidas a Neymar. O Brasil ganhou por 3 a 1 com gols de Thiago Silva de cabeça, Neymar (um golaço com drible de velocidade em 3 marcadores e chutaço indefensável!) e Jô aproveitando cruzamento de Maxwell, em jogada iniciada por Neymar. (Clique aqui e confira mais detalhes da partida!)
Mas o que os críticos (e provavelmente o grande público) ainda não captaram em sua real essência é a impressionante fragilidade de nossa defesa - que já vem desde a Copa das Confederações, diga-se de passagem. Logo no início do jogo, Paulinho errou um passe próximo à área do Brasil, a bola sobrou no alto para Maicon e nosso digníssimo lateral direito, com toda sua experiência, categoria e rara visão de jogo, cabeceou na direção do jogador luso-espancador Raul Meireles, que não teve dificuldade para abrir o placar da partida. Os amáveis portugas ainda tiveram chances claríssimas em outro chute de Raul Meireles para fora e uma cabeçada de Nani na trave!
Se Paulinho, Bernard e o próprio Neymar ainda desperdiçaram ótimas oportunidades de ampliar o marcador (ao estilo mais clássico do 'Inacreditável Futebol Clube') e a seleção dominou o jogo em mais de 80% do tempo, nos 20 primeiros minutos sofremos na retarguada e quase tomamos na parte de trás de nossos corpos em lances que poderiam ter mudado a história do jogo e torná-lo a favor de Portugal. Lembrando bem, apesar de termos um dos melhores elencos defensivos de todos os tempos da seleção (David Luiz e Thiago Silva, os melhores zagueiros do mundo e volantes de altíssimo poder de combate como Paulinho, Ramirez e Luis Gustavo), no conjunto o time está cometendo erros bobos que podem comprometer o objetivo maior de conquistar a Copa do Mundo, que por coincidência cruel será realizada aqui no Brasil no ano que vem.
Lembro aqui o jogo com o Uruguai pela semifinal da Copa das Confederações deste ano, aonde David Luiz cometeu um pênalti bobo em Lugano. Se Júlio César não tivesse defendido a cobrança do experiente atacante uruguaio (atualmente no Internacional de Porto Alegre) Diego Forlán, a classificação para a final poderia ser muito mais difícil e desgastante do que foi ou nem ter acontecido. Nesse mesmo jogo, o Brasil abriu o placar mas permitiu que o atacante Cavani empatasse em uma saída de bola infeliz em que a nossa defesa cometeu um erro bobo. A classificação só veio no final do jogo com gol salvador (e providencial) de Paulinho de cabeça após cobrança de escanteio.
No amistoso contra a Suíça, logo depois dessa mesma Copa das Confederações, em agosto, o Brasil perdeu com golaço de cabeça contra de Daniel Alves, lembrando os saudosos Oséas (atacante que brilhou pelo Palmeiras no fim da década de 90) e Júnior Baiano (zagueiro da seleção na Copa de 98), mestres em marcar verdadeiras joias raras em termos de gol contra (clique nos links dos nomes desses jogadores e confira!) . O ataque brasileiro, em dia ruim, chutou 2 ou 3 bolas na direção do gol e amargamos uma derrotinha para uma seleção que nunca ganhou nada na vida por 1 a 0.
Esses são só alguns dos exemplos em que nosso setor defensivo mostra seu enorme potencial para aumentar o nível de emoção dos jogos da seleção brasileira. É bom abrirmos a vista para isso ou vamos acabar tomando no... olho.
Paolo Gutiérrez é jornalista e comentarista de futebol e MMA.
Fontes: Site Globo.com e Wikipédia.
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