sábado, 14 de setembro de 2013

Futebol feminino do Brasil terá torneio nacional em meio a histórico de lágrimas


Jogadoras brasileiras terão torneio nacional este ano
Vi esta notícia ontem do UOL esportes: "Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino terá início na próxima semana". Pensei que deveria estar sonhando. Um 'Campeonato Brasileiro de Mulheres' acontecendo e só agora, a uma semana do início, se vê alguma divulgação. Aí vi na matéria, até simpática, de que dia 16 (segunda feira) haverá uma cerimônia de lançamento do "1º Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino CAIXA Loterias". Olha que coisa! Tem até patrocínio! Algo inédito para o nosso futebol feminino. Lembro que quando fomos medalha de prata na modalidade nas Olimpíadas de Athenas 2004 e de Pequim 2008, não havia qualquer entidade ou empresa (nem governo) interessado em apoiar as mulheres do futebol. Parece que avançamos um pouquinho, hein?!

Mas enfim, a matéria disse também que o torneio começa a ser disputado dois dias depois do lançamento e termina no dia 4 de dezembro, com 20 equipes de 14 estados brasileiros. E mais! O Campeonato é oficializado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Quanto orgulho... chega estou emocionado aqui! Mas não mais emocionado do que as jogadoras, que na história do seu esporte como meio de vida colecionam uma verdadeira cachoeira de lágrimas para nenhuma Cataratas de Foz do Iguaçu botar defeito.

Érika chora o fim das "Sereias da Vila" ano passado
Se lembrarmos de Marta, uma das melhores jogadoras de todos os tempos (eleita 5 vezes a melhor do mundo!), e Érika lamentando, em janeiro do ano passado o melancólico fim do futebol feminino do Santos, apelidado carinhosamente de as "Sereias da Vila", é de cortar o coração. E as Olímpiadas de Atenas (2004) e de Pequim (2008), quando nossas meninas chegaram perto de conquistar o ouro e acabaram chorando de decepção por perder para os Estados Unidos?

O choro era mais pelo desapontamento de um esporte que não tinha estrutura nenhuma e que se tivesse um mínimo de investimento e apoio conseguiria levar um daqueles ouros perdidos. Tá certo que em Atenas a arbitragem "roubou" um pênalti descarado contra as americanas, e que teria dado o título ao Brasil. Mas de qualquer forma, perdemos porque temos essa enorme capacidade de desvalorizar nosso próprios talentos (nisso somos muito bons!).

Jogadoras choram a derrota na final em Pequim 2008
Se bem me lembro, antes das Olimpíadas de Atenas (ou de Pequim, não lembro...), a Globo fez um quadro em que Atletas davam depoimentos sobre sua experiência na modalidade que disputava. Se bem me lembro, a jogadora Juliana Cabral acabou por fazer um desabafo que foi tão pesado, com lágrimas de um sofrimento tão grande, que chegou a comover o país na época. Procurei por esse depoimento, mas os buscadores da internet, apesar de eu escrever as palavras-chave "jogadora" e "futebol feminino", mais resultados mostrava sobre o choro de Neymar ao deixar o Santos, ou o choro de Paulinho ao deixar o Corinthians. Putz! Até o Google e o You Tube são machistas quando o assunto é futebol feminino do Brasil.

Mas, vou tentar me comover positivamente com o complemento da notícia do UOL. O evento de inauguração Campeonato Brasileiro Feminino será na sede da CBF e terá a presença do Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo (nossa, quanto prestígio! Agora a coisa vai!). E parece que ainda em 2013, em novembro, o Brasil sediará a quinta edição da Copa Libertadores de futebol feminino. A competição acontecerá em Foz do Iguaçu (PR), (bem propício para as cachoeiras de lágrimas da história das nossas mulheres no futebol), com duração de longuíssimas duas semanas, no máximo. Haverá oito times, quatro brasileiroes e quatro de outros países da América do Sul.

Marta chora por conseguir um clube para jogar ano passado
Serão momentos muito comoventes. Mas acho que o grande público não terá a oportunidade  de se emocionar. A matéria do UOL não diz se haverá transmissão desses importantes (sem ironia) eventos do nosso futebol. Informações não-oficiais de leitores do site dão conta de que o Fox Sports e Band Sports, canais de TV por assinatura, transmitirão. A Band passará "flashes" de alguns jogos. Ou seja, as emissoras abertas colaborarão com que mais lágrimas caiam com suas comoventes novelas fictícias, deixando o drama real das meninas do futebol ainda muuuuuito distante de um final feliz.

Paolo Gutiérrez é jornalista e comentarista de futebol e MMA.

Fontes: Site UOL, Wikipédia, Site Diário do Nordeste e Site AHEBrasil.

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