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"Do Bronx" quase finalizando no 1º round
Foto: site UFC |
Nevada (EUA) - Na última disputa de título do ano no maior evento de Artes Marciais Mistas (MMA), o Ultimate Fighting Championship (UFC) realizou seu evento de número 256, com dois ícones brasileiros subiram ao octagon do UFC Apex, em Las Vegas, no último sábado (13).
Deiveson Figueiredo, o "Deus da Guerra", fez uma luta parelha e empolgante contra o mexicano
Brandon Moreno, pelo cinturão da categoria peso mosca (até 56,7 kg). O cinturão já era do brasileiro, que o manteve nesta sua segunda defesa desde que o conquistou com um empate majoritário na decisão dos juízes.
[Clique aqui e confira todos os resultados do UFC 256!]Deiveson é o único lutador brasileiro campeão pelo UFC, entre os homens, fechando o ano com o Brasil mantendo um representante forte entre os atuais campeões na elite do MMA mundial. Mas outro destaque da noite foi o que chamou mais a atenção do público amante do Brazilian Jiu Jitsu. Chares Oliveira "Do Bronx" derrotou o estadunidense Tony Ferguson, por decisão unânime dos juízes. Ferguson tomou uma verdadeira aula de luta no chão durante o combate e teria sido finalizado com um arm look (chave de braço) se não fosse salvo pelo gongo no fim do primeiro assalto.
Com essa, Charles "Do Bronx" soma a oitava vitória consecutiva no UFC e deve disputar o cinturão dos pesos leves (até 70,3 kg) logo na primeira oportunidade que aparecer em 2021. Será um grande vacilo do UFC se não o promover a um title shot (luta pelo título) aproveitando está que está sendo considerada pela imprensa especializada em MMA como a melhor fase de sua carreira.
Redenção brasileira em noite de derrotas
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Deiveson mantém Brasil entre os campeões do UFC
Foto: site UFC |
O "Deus da Guerra" e "Do Bronx", junto com a estadunidense-brasileira
Mackenzie Dern, que derrotou sua meia compatriota a brasileira
Virna Jandiroba por decisão unânime dos juízes (luta pela categoria exclusiva das mulheres, o peso-palha, até 52,2 kg), salvaram uma noite que começou ruim para o Brasil no evento.
Ronaldo "Jacaré" Souza foi nocauteado logo no primeiro round pelo estadunidense
Kevin Holland, em luta válida pelos peso-médios (até 83,9 kg). Holland bateu um recorde na organização, sendo o terceiro lutador em toda a história do UFC a fazer 5 lutas no mesmo ano e vencer todas.
Mesmo destino de "Jacaré" teve Júnior "Cigano", que sofreu nocaute técnico no segundo round para o francês Ciryl Gane, em luta válida pelos pesos-pesados (até 120,2 kg). No card preliminar, Renato "Moicano" também sofreu nocaute técnico, no primeiro round, para o lutador do Cazaquistão Rafael Fiziev.
Melhor jiujiteiro do MMA
Na opinião deste blog, o resultado da luta de "Do Bronx" ratificam o lutador como o maior representante do Jiu Jitsu no MMA da atualidade. Não finalizou desta vez, mas se impôs na luta colocando seu já conhecido jogo de luta no chão, extremamente técnico e eficiente. Ele já sofreu baixas na carreira, com derrotas por nocaute que o deixaram entre os lutadores menos valorizados do UFC, e buscou se aprimorar, melhorando sua luta em pé, na parte da trocação (luta com pancadas, assim como o boxe e o muay thai).
E o fez sem deixar a qualidade na luta de solo, tendo hoje, entre todos os lutadores, o melhor Jiu Jitsu de MMA do mundo. Suficiente dizer que é o maior finalizador de toda a história do UFC, com 14 submissões, à frente do ícone do Jiu Jitsu Brasileiro nas Artes Marciais Mistas, Demian Maia, que tem 11 finalizações, e da lenda dos primórdios do esporte, Royce Gracie, que tem 9 submissões no UFC.
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Minotauro na épica luta com Bob Sapp
Imagem: Facebook Canal Combat |
Ainda não é possível colocá-lo no lugar mais alto da prateleira entre os especialistas em Jiu Jitsu do MMA. Basta dizer que não conquistou título pela maior organização desse esporte no mundo.
Rodrigo "Minotauro", por exemplo, tem esse feito - somado ao fato de que o lutador conquistense foi campeão pelo extinto e mítico evento japonês, o
Pride.
Entre o Rings, outro antigo evento por onde circulavam os melhores lutadores de Vale Tudo no fim dos anos 90 e início dos 2000, Pride e o próprio UFC, Minotauro soma 18 finalizações. Há que se levar em conta também que Rodrigo por ser peso-pesado desde sempre, encarou um panteão de lutadores pesados e pesadíssimos muito mais cascudos do que "Do Bronx", que esteve restrito sempre aos adversários das categorias mais leves, se encontrando com menos oponentes com status de "lendas" do esporte em relação a Minotauro.
E não podemos esquecer também do legendário Rickson Gracie, que não chegou a lutar no UFC, mas foi o primeiro grande destaque do Pride, numa época em que o evento tomava para o Japão a concentração dos maiores lutadores do mundo no Vale Tudo, terminando sua carreira invicto, numa seleta lista de pouquíssimos lutadores até hoje em toda a história desse esporte. Outro que tem que ser levado em conta também, grande especialista em finalizações, com grande passagem no UFC, é o icônico Marco Ruas. Para os lutadores brasileiros, ele foi um dos primeiros a "criar" a versão técnica da Mistura de Artes Marciais que teria evoluído para o que conhecemos hoje.
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Charles "Do Bornx" Oliveira
Foto: Site UFC |
Charles "Do Bronx" tem a seu favor o fato de brilhar numa era do MMA onde o Jiu Jitsu é mais difundido, sendo mais difícil a aplicação das técnicas da luta de chão do que nesses primórdios - hoje a defesa das armas do jiujiteiro são mais conhecidas e há mais lutadores aptos a se defender delas do que antigamente.
Outro fator relevante é que ele adaptou seu Jiu Jitsu à Mistura de Artes Marciais melhor do que grandes ícones da Arte Suave que figuraram no próprio UFC e não obtiveram sucesso. O próprio Jacaré, derrotado mais uma vez no último sábado é um exemplo. Um dos maiores na história do Jiu Jitsu, Roger Gracie, também não obteve sucesso quando figurou no esporte.
De qualquer maneira, Charles "Do Bronx" é um forte candidato a ocupar na história dos representantes do Jiu Jitsu no MMA um lugar cativo entre os melhores - veja que ainda outros grandes nomes que nem citamos e que foram grandes com a técnica do solo nem foram aqui citados, como Fabrício Werdum, Kazushi Sakuraba, Frank Mir, etc . E se "Do Bronx" conseguir em 2021 se tornar campeão dos leves no UFC, estará de igual para igual com todas as lendas que brilharam com o Jiu Jitsu no Vale Tudo e no MMA e que citamos aqui neste comentário.
Paolo Gutiérrez é jornalista e comentarista de futebol e MMA.
Fontes: Wikipédia, Google Search, Site UFC
